16 de jul. de 2010

"QUANDO VOU À IGREJA, TIRO O CHAPÉU, NÃO A CABEÇA"

Esta é uma famosa frase de John Robert Walmsley Stott, um líder anglicano britânico conhecido como uma das grandes lideranças mundiais evangélicas. Sua frase está harmonizada com o contexto da idéia do culto racional defendida por aquele que lançou os fundamentos da doutrina cristã, Paulo.
Ela também confronta a atual liturgia da igreja evangélica brasileira, muito provida, às vezes, de luzes, coreografias, espetáculos em torno de "testemunhos", aleluias para os Bispos e Apóstolos e, pasmem: Patriarcas, novo título eclesiático para indicar superioridade ao apóstolo, mas desprovida da tal racionalidade rogada por Paulo e por Stott em sua prédica moderna.
Quando li esta frase, lembrei-me de algumas igrejas que dirigi em povoados do nosso sertão baiano. Os irmãos chegavam montados em seus animais, ou vinham de bicicletas ou até a pé. Mas a maioria tinha algo em comum: o uso do chapéu. Ítem importante no labor da roça e nas longas viagens para a igreja: protegia cabeça do frio ou do calor forte do clima árido do sertão.
Eu os observava entrando e procurando o local usado por todos para deixar o chapéu durante o culto. A resposta para esta atitude era respondida silenciosamente: "Estamos na casa de Deus, lugar de reverencia, por causa dele tiramos o chapéu".
Vamos reverenciar, respeitar, temer (no bom sentido, claro), mas não percamos a razão, o equilíbrio, o senso do certo e errado e este senso deve ser estribado na santa Palavra de Deus!
Roberta Lima em seu Blog faz uma ironia das cenas chamads por ela de circense em alguns cultos e comenta do ápice dos mesmo dizendo:
"O ápice de tudo é o “apelo” ou seria APELAÇÃO? Emocionalismo barato, promessas de soluções imediatistas, tem horas que penso que vão esfregar a bíblia e de lá sairá o gênio da lâmpada mágica.

Venha e receba: TUDO! TODA A SOLUÇÃO! NESTA NOITE! COM ESTA CHAVE DA VITÓRIA! COM ESTA ROSA BRANCA! COM ESTE LENÇO UNGIDO!"
Não tenho medo em dizer que minha denominação, a qual amo, onde entreguei minha vida a Jesus, com ela aprendi os rudimentos da sã doutrina, sendo discipulado, batizado em águas, no Espírito Santo, tirado para servir nas várias áreas, fui Diácono (ainda sou), Presbítero, Evangelista, servi (e sirvo) como Missionário em alguns campos, sou Pastor (e continuo aprendendo), está infelizmente abandonando os fundamentos da doutrina e enveredando-se por um caminho que passa pela frase do Stott ao contrário: "Quando vou à igreja, tiro a cabeça, não o chapéu".
É uma tristeza visitar alguns chamados "cultos de libertação" acontecidos em vários templos da Assembléia de Deus sem a orientação de um pastor ou obreiro experiente.
O pior é saber que alguns pastores são coniventes com esta balbúrdia feita em nome de Jesus. Revelações falsas proferidas por gente que usa de jogos psicológicos para fazer suas previsões. Verdadeiros videntes mundanos que ocupam nossos púlpitos e são pagos por alguns de nossos pastores, esses últimos às vezes não movem uma palha para incentivar a obra missionária, nunca procuram tomar conhecimento do trabalho missionário realizado por sua própria denominação.
A Palavra não ocupa mais lugar em muitos dos nossos púlpitos. No lugar dela, uma liturgia que não atende mais aos anseios dos cultuantes.
Outro dia fui a um certo culto onde o número de grupos para cantar era tão grande que fui obrigado a dizer a quem dirigia o culto que não sabia mais a razão de estar ali. Não fui a um festival de música, principalmente de músicas mal ensaiadas e coreografias de gestos repetitivos e sem mensagem alguma.
Atentemos para o grito de Stott, ouçamos sua voz, ela está corroborada pela Carta ao Romanos 12:1,2.

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