A muito tempo, ainda na gestão do Pr. Dário Gomes, a Semadesal vem tentando desconstruir um conceito e uma visão equivocada acerca da Secretaria de Missões: a de vê-la como agência pagadora dos que são enviados e nada mais! Este comportamento em relação à Secretaria vem sendo perpetuado por muitos missionários, pastores e membros da igreja. Até mesmo os considerados "mais conceituados" dos missionários, com formação missiológica e treinados em agências demonstram ter esta visão quando escrevem para a Secretaria!
Muitos deles não estão errados. Afinal, não os educamos para pensar diferente. Sim, porque quando eles foram enviados ao campo, nenhuma relação entre a Secretaria e eles foi criada. Eles vieram à Secretaria apenas para fazer um cadastro e inserir seus nomes na lista de recebedores de sustento.
Então, antes de levarmos a discussão para mais adiante, precisamos elencar os erros cometidos pela igreja na hora de organizar uma Secretaria de Missões e pelos missionários:
Erros Por Parte da Igreja
Erros Por Parte da Igreja
Primeiro, devemos pensar em quem vai ser responsável pela Secretaria. Qual o perfil do Secretário Executivo de Missões? Qual sua visão de Reino e da obra missionária? Seria bom se levássemos em conta sua relação com a obra missionária. Se ele teve experiência com o campo missionário, é claro que terá mais sensibilidade com missões e com o missionário! É aqui que pode começar uma série de problemas que poderá levar muitas Secretarias a se tornarem apenas pagadoras de salários de missionários e nada mais. Uma Secretaria de Missões não precisa de gerente apenas e muitas igrejas escolhem pastores para gerenciar os processos relativos à obra missionária!
Então, percebamos: uma vez que o missionário foi enviado, de vez em quando precisará manter contato com a base e quem ele vai procurar? O Secretário de Missões! E se o Secretário for apenas um gerente? Suas angústias, seus problemas, seus desesperos, nunca serão compreendidos e, enquanto ele tiver na sua Secretaria apenas um gerente, ele a verá apenas como sua agência pagadora!
O segundo erro é decorrente do primeiro. Uma vez que se pensou em gerente e não em alguém com sérios compromissos com a causa missionária, esta "Secretaria" será desprovida de planos e projetos em favor do Reino de Deus e do próprio missionário. Se uma Secretaria não tem planos, projetos, gerida por alguém que só aparece no escritório para fazer a contabilidade, contar o dinheiro e fazer os depósitos, ela mesma está se declarando ser uma agente pagadora e só isso! Portanto, quando por qualquer motivo ela falhar em sua tarefa de enviar os valores, ela será rigidamente cobrada tanto pela igreja, como pelos pastores e missionários.
O segundo erro, portanto, é, não levar a sério a necessidade de se ter um projeto missionário, proveniente de uma visão ou plano revelados por Deus. Quando alguém chega na Secretaria com um plano e percebe que a tal Secretaria já tem o seu plano e que o candidato a missões é que precisa engajar-se no plano que Deus revelou para a Igreja, então, dificilmente, o missionário verá sua Secretaria como agência pagadora!
O terceiro erro é não levar em consideração o fato de que o missionário deve ser cuidado pela igreja tanto quanto o seu trabalho. Estou falando do cuidado antes de ser enviado. Muitas Secretarias pecam quando se preocupam com o plano ou projeto e se esquece do próprio missionário. Uma Secretaria que se preocupa com o missionário não o olha apenas como o executor de uma tarefa em algum país ou cidade, o vê como pessoa humana, cheio das mesmas fragilidades de qualquer um e que precisa ser cuidado tanto espiritual quanto, mental, emocional e fisicamente! É aqui que se cria uma relação mais humana entre o missionário e a secretaria. Para tanto, é preciso oferecer ao candidato em missões todas as ferramentas de que precisará para desenvolver seu projeto, treinando-o, oferecendo-lhe formação e capacitação especializada para a missão. Um missionário bem cuidado dificilmente verá sua Secretaria como agencia pagadora. Ele sempre a verá como sua cuidadora.
O quarto erro é não acompanhar o missionário no campo. Muitas Secretarias exigem relatórios, mas poucas acompanham seus missionários. O acompanhamento exige investimento, pois o cuidado in loco é preciso. A Secretaria precisa tomar a iniciativa de mandar um e-mail para o missionário, procurar saber como eles está, como está sua família, quais suas necessidades mais urgentes. Uma vez que o missionário se sente cuidado de forma particular e pessoal ele também não terá nenhuma dificuldade em obedecer as orientações e conselhos desta Secretaria. Dessa forma, um vínculo é criado, uma relação de confiança e amor cristão entre Secretaria e Missionário!
Erros dos Missionários
Os erros cometidos pelos missionários neste contexto, são decorrentes, obviamente, dos erros da igreja. Então, temos dois tipos de missionários cometendo os mesmos erros: o missionário que não foi treinado e que, cuja visão de missões se redunda apenas na tarefa de levantar fundos, ir a um campo e "anunciar" o Evangelho, e o missionário treinado (não todos, por favor, me entendam!). Alguns desses missionários treinados tem um olhar de desdém com a igreja local. O fato de acharem que receberam treinamento específico em uma agência de missões e que, portanto, agora, possuem uma visão missionária melhor que sua Secretaria e sua igreja, os fazem se sentir superiores neste aspecto e não se sentem na obrigação de prestar contas; só de cobrar sustento!
Como a Secretaria já cometeu o erro de não acompanhá-lo e deixou que ele se sentisse a vontade apenas para pedir dinheiro, este missionário passa a omitir da Secretaria suas conquistas financeiras. Alguns pensam que ser transparente neste sentido pode fazer com que percam parte ou o valor total do seu sustento! Esquecem que uma Secretaria que honra seus compromissos levará sempre em conta o acordo feito com o missionário antes de sua partida ao campo!
Ao estabelecer uma relação apenas financeira com a Secretaria, o missionário esquece que um dia precisará voltar do campo e que, portanto, não será sempre sustentado por aquela Secretaria. Logo, a relação fraternal vale mais que a relação financeira!
A falta de acompanhamento e assistência in loco pela Secretaria e/ou Igreja, faz com que o missionário se sinta só e esquecido por suas lideranças. Isso ajuda a aumentar a sensação de independência e a dificuldade de fazer com que aquela relação financeira seja também fraternal e espiritual!
O Pr. Jair, missionário em Guiné Bissau com sua esposa Deny e dois filhos, conta que os missionários brasileiros são os que menos recebem a visita de seus líderes! A Igreja local precisa entender que a visita ao campo faz parte do processo da evangelização das nações. Missionários pastoreados, são missionários sarados emocionalmente e mais preparados para enfrentarem os desafios diários da missão!
Conclusão
Quando a relação financeira se torna mais importante que a relação fraternal e espiritual, ela se torna uma relação carnal e ditada pelos mesmos interesses das relações feitas no mundo. A Secretaria de Missões não pode ser uma agência de pagamento de missionários, ela deve ser o órgão da Igreja a quem foi confiada a tarefa de não apenas sustentar, mas de cuidar, em variados aspectos, do missionário. O missionário que nutre uma relação apenas financeira com a Igreja local, é um missionário materialista e de visão equivocada acerca do Reino e do seu próprio sustento.
É preciso, portanto, que o processo de relacionamento entre missionário e secretaria comece bem antes dele ser enviado. O Pr. Frank Ribeiro que fez do cuidado missionário uma tese de doutorado em Portugal, diz que nos Estados Unidos este processo começa no recrutamento, a primeira fase deste processo relacional. Ele aponta que o treinamento é a próxima fase. É neste período que se cria os vínculos, que se desconstrói os conceitos equivocados no que diz respeito a relação Missionário X Secretaria.
Erros dos Missionários
Os erros cometidos pelos missionários neste contexto, são decorrentes, obviamente, dos erros da igreja. Então, temos dois tipos de missionários cometendo os mesmos erros: o missionário que não foi treinado e que, cuja visão de missões se redunda apenas na tarefa de levantar fundos, ir a um campo e "anunciar" o Evangelho, e o missionário treinado (não todos, por favor, me entendam!). Alguns desses missionários treinados tem um olhar de desdém com a igreja local. O fato de acharem que receberam treinamento específico em uma agência de missões e que, portanto, agora, possuem uma visão missionária melhor que sua Secretaria e sua igreja, os fazem se sentir superiores neste aspecto e não se sentem na obrigação de prestar contas; só de cobrar sustento!
Como a Secretaria já cometeu o erro de não acompanhá-lo e deixou que ele se sentisse a vontade apenas para pedir dinheiro, este missionário passa a omitir da Secretaria suas conquistas financeiras. Alguns pensam que ser transparente neste sentido pode fazer com que percam parte ou o valor total do seu sustento! Esquecem que uma Secretaria que honra seus compromissos levará sempre em conta o acordo feito com o missionário antes de sua partida ao campo!
Ao estabelecer uma relação apenas financeira com a Secretaria, o missionário esquece que um dia precisará voltar do campo e que, portanto, não será sempre sustentado por aquela Secretaria. Logo, a relação fraternal vale mais que a relação financeira!
A falta de acompanhamento e assistência in loco pela Secretaria e/ou Igreja, faz com que o missionário se sinta só e esquecido por suas lideranças. Isso ajuda a aumentar a sensação de independência e a dificuldade de fazer com que aquela relação financeira seja também fraternal e espiritual!
O Pr. Jair, missionário em Guiné Bissau com sua esposa Deny e dois filhos, conta que os missionários brasileiros são os que menos recebem a visita de seus líderes! A Igreja local precisa entender que a visita ao campo faz parte do processo da evangelização das nações. Missionários pastoreados, são missionários sarados emocionalmente e mais preparados para enfrentarem os desafios diários da missão!
Conclusão
Quando a relação financeira se torna mais importante que a relação fraternal e espiritual, ela se torna uma relação carnal e ditada pelos mesmos interesses das relações feitas no mundo. A Secretaria de Missões não pode ser uma agência de pagamento de missionários, ela deve ser o órgão da Igreja a quem foi confiada a tarefa de não apenas sustentar, mas de cuidar, em variados aspectos, do missionário. O missionário que nutre uma relação apenas financeira com a Igreja local, é um missionário materialista e de visão equivocada acerca do Reino e do seu próprio sustento.
É preciso, portanto, que o processo de relacionamento entre missionário e secretaria comece bem antes dele ser enviado. O Pr. Frank Ribeiro que fez do cuidado missionário uma tese de doutorado em Portugal, diz que nos Estados Unidos este processo começa no recrutamento, a primeira fase deste processo relacional. Ele aponta que o treinamento é a próxima fase. É neste período que se cria os vínculos, que se desconstrói os conceitos equivocados no que diz respeito a relação Missionário X Secretaria.
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