Os grupos no wahtasap se constituem no ambiente da indiferença e onde ninguém ouve ninguém! Alguém posta um pedido de oração e logo em seguida outro alguém posta cuecas e calcinhas em promoção, alguém diz "bom dia" e raramente outro alguém vai dizer "bom dia pra você também", esse outro alguém vai querer dizer um bom dia de forma diferente e mais interessante que o seu bom dia! Aliás, wahtsap não é lugar para se dizer bom dia! Imagine você ligando para alguém só para dizer "bom dia"? Wahtsap é uma ferramenta poderosa de comunicação, mas a gente quer transformá-lo em nossa casa, nossa igreja, nossa família! Gente, não é! Mas voltando, a indiferença verificada nos grupos de wahtsap é apenas um reflexo da indiferença em nós! Projetamos ali, naquele ambiente virtual, o que estamos nos transformando. Basta juntar todos que fazem parte de um mesmo grupo em um mesmo lugar físico, cada um com seu smartphone e uma internet à disposição, e pronto: todos estarão de cabeça curvada com os dedos em movimentos frenéticos! São os doentes "facebookianos" que agora são os doente "wahtsapianos"! É claro que isso não se aplica a todos, mas é uma realidade constatada no comportamento da maioria! Esta geração wahtsapiana veria com estranheza Atos 2: 44-46 - "E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.
E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração..."
Essa coisa de estar juntos, de compartilhar, compartilhar amor, ajuda, socorro, felicidade...Isso se tornou para os crentes da geração da "modernidade líquida" (adjetivo dado pelo sociólogo Zygmunt Bauman à pós modernidade, para designar a efemeridade dos relacionamentos e a liquidez dos valores no século presente!), um modus vivendi apenas da igreja primitiva.
Leandro Karnal diz, baseado em Bauman, que ninguém ouve ninguém. Se você diz: "estou cansado", você irá ouvir: "eu também". Ninguém vai te dizer: "É mesmo? Porque? Você está com algum problema? Como posso ajudar?"
Como salvos em Cristo, no meio desta geração de valores invertidos, onde amor é cafonice, afeto é gesto ultrapassado, atenção é para os fracos, precisamos dizer não a este comportamento robotizado, ditado por esse sistema de valores "líquidos" e voltarmos a pensar no outro não como mais um na minha "time line" ou mais um no grupo do wahtsap, mas como o próximo a quem devo amar, ouvir, suportar, ajudar, socorrer, se importar...
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