Segundo descrição no próprio site do Avaaz, o
nome “Avaaz, que significa "voz" em várias línguas européias, do
oriente médio e asiáticas, foi lançada em 2007 com uma simples missão democrática:
mobilizar pessoas de todos os países para construir uma ponte entre o mundo em
que vivemos e o mundo que a maioria das pessoas querem. A Avaaz mobiliza milhões de
pessoas de todo tipo para agirem em causas internacionais urgentes, desde
pobreza global até os conflitos no Oriente Médio e mudanças climáticas.”
O site ganhou mais notoriedade no Brasil, no
episódio que envolveu uma campanha para cassar o Diploma de Psicólogo do Pastor
Silas Malafaia, que também teve em seu favor uma campanha para não cassarem seu
Diploma no mesmo site. Como o Avaaz tirou a campanha em favor do Pastor e
manteve a que lhe era contra, o tele evangelista Malafaia passou a
liderar a sua campanha em seu site.
O site encabeça campanhas importantes e de
interesse da sociedade civil, mas nem por isso seus argumentos são
inquestionáveis. O processo de indicação pelo PSC para a Presidência da
Comissão de Direitos Humanos, movimentou a Câmara dos Deputados e os bastidores
da política em Brasília. O nome do Deputado Marcos Feliciano causou um mal
estar para quem o vinha acusando de racista e homofóbico por declarações em
redes sociais, além de ser alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal por
estelionato.
Embora eu não concorde com conduta que envolva
tais práticas, asseguro-me o direito de questionar as tais acusações,
principalmente porque neste país executamos a sentença, antes de julgar. O Avaaz não perdeu tempo e prossegue com sua temporada de caça às bruxas, agora com a campanha: Imediata Destituição do Pastor Marco Feliciano da Presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal.
Abaixo, o email que eu e milhões de pessoas
receberam no Brasil, e minha resposta com a consciência limpa e seguro dos meus
direitos como cidadão desta república combalida.
Email do Avaaz:
“Caros amigos do Brasil,
É revoltante! O pastor Marco Feliciano,
conhecido por comentários racistas e homofóbicos, foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara
(CDHM), à portas fechadas. Eles acham que conseguem ignorar a opinião pública, mas se todos nós dissermos NÃO em uma única voz agora,
vamos tirá-lo de lá!
Feliciano é alvo no Supremo Tribunal Federal por
estelionato e responde por preconceito e discriminação de raça e religião, e
pode ser preso. Esse não é o perfil de alguém que deve liderar uma comissão que
luta por justiça e igualdade de minorias! A indignação pública está se
espalhando em todo o país. Se
todos nós apoiarmos os deputados que querem se livrar de Feliciano, poderemos
dar a eles a força do povo para vencer.
Não temos muito tempo. Na próxima terça,
alguns parlamentares que deixaram a votação ontem em forma de protestose reunirão para discutir como impedir que Feliciano
continue na presidência da CDHM. Assine
a urgente petição agora pela imediata destituição de Feliciano -- se alcançarmos 500.000 assinaturas antes de sua
reunião, nós entregaremos nossas vozes aos parlamentares e repetiremos isso até
que Feliciano saia do cargo:
Marco Feliciano diz que os negros são
“descendentes amaldiçoados de Noé” e que "a podridão dos sentimentos dos
homoafetivos levam (sic) ao ódio, ao crime, à rejeição”. Não dá para acreditar! E ele irá liderar justamente
a Comissão de Direitos Humanos e Minorias que tem o poder de examinar questões
como o casamento gay e investigar as violações dos direitos humanos.
O Deputado Feliciano foi nomeado para esta
posição apenas por causa de negociatas entre os diferentes partidos em Brasília. Mas mesmo alguns políticos do Partido Social
Cristão, o mesmo de Feliciano, já disseram que este não é o melhor papel para
eles exercerem. Precisamos continuar pressionando e mostrar que milhares de
brasileiros não concordam com essa decisão, até eles se envergonharem e
colocarem na liderança da CDHM alguém com integridade.
Mais de 100.000 pessoas já assinaram essa
petição. Se nos juntarmos a eles
agora e chegarmos a 500.000 antes da terça-feira, poderemos salvar o Brasil de
anos de intolerância e discriminação e garantir que este cargo na CDHM seja
dado a alguém em que possamos confiar. Assine a urgente petição para dizer “Feliciano, NÃO”, e envie este
e-mail a todos:
Com a Ficha Limpa provamos que quando nos
unimos, podemos correr atrás das mudanças que queremos. Nós iniciamos uma
grande campanha para tirar Renan do poder e agora, com Feliciano, poderemo
assegurar o Congresso de que nossa comunidade vai continuar lutando até limpar
nossa política e fazer do Brasil um país mais justo e igualitário. Com
determinação e esperança,
Pedro, Carol, Diego, Alex, Alice, Ricken e toda
a equipe da Avaaz”
Minha resposta ao Avaaz:
“Obrigado por contar
comigo para compor a voz daqueles que discordam em assuntos de tamanha
relevância para o nosso país e ser parte ativa deste processo democrático
através de um instrumento reconhecido politicamente como é o caso da
Assinatura de Petição. Todavia, segundo declarações do Deputado Henrique
Eduardo Alves (PMDB - RN), Presidente da Câmara dos Deputados, a eleição fora
realizada em reunião privativa aos parlamentares, com a intenção de evitar o
conflito da sessão anterior presidida pelo então Presidente da Comissão dos
Direitos Humanos, Deputado Domingos Dutra (PT - MA). Os parlamentares votaram
em um processo democrático e transparente, não sendo, em minha opinião, justa a
expressão "às portas fechadas".
Outrossim, as declarações do Deputado Marcos Feliciano em relação aos
africanos, só pode ser atribuída ao negro, na mente de quem quer pensar desta
forma. Ele se referiu a uma suposta maldição lançada sobre o continente
africano, eu questiono a historicidade desta declaração, mas sou inteligente
para entender que esta não é uma declaração racista, embora reconheça que seja
um "prato cheio" para os oportunistas. Já quanto às suas supostas
declarações homofóbicas, também é mais que questionável, já que neste país
qualquer opinião que seja discrepante ao comportamento homossexual é visto e
"taxado" como declaração homofóbica.
Estarei pronto para fazer parte de qualquer processo democrático na luta
pela igualdade e pela justiça, mas dou-me o direito de não fazê-lo por pressão
de grupos com interesses que não seja o bem comum de nossa nação, mas com a
consciência livre e no desfrutar da liberdade de pensamento e capacidade de
arguir e inquirir.
Abraço de
quem pode ajudá-los com a mente livre e apta para discernir.
Raimundo
Campos”
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