É claro que o consenso para a liberdade em nossa sociedade combalida, passa pela chamada troca de valores. Como disse Ed René Kivitz, em sua matéria intitulada "Os loucos, os tolos e os deuses" em Genizah, "No Brasil, você pode contar piada sobre Jesus, José e Maria, mas não pode fazer graça com pedofilia."
Gente como Rafinha Bastos, principalmente os jornalistas, passam toda uma vida brigando pela liberdade de expressão. Num clima bem humorado, o próprio Rafinha e seus colegas apresentadores do CQC, mobilizaram o Brasil para garantir o direito da equipe do Custe o que custar, fazer matérias no Congresso Nacional. Para alegria dos espectadores do programa, lá estão eles de novo irreverentemente constrangendo certos parlamentares. Mas é isso aí, é a liberdade de expressão, direito de ir e vir, blá, blá, blá.
Agora, qual é o conceito desta turma de liberdade de expressão? Será que é tornarem-se senhores do direito do outro de dizer não, eu não quero ser exposto desta forma?
Outro dia foi a vez de um dos repórteres do programa brincar com Jesus e assim, ofender quem o admira e o segue. Bem, o cara que fez a esdrúxula declaração tentou se defender zombando ainda mais de quem pensa diferente dele, isso porque eles são os certos, eles podem dizer o que quiserem em nome da famigerada liberdade de expressão; afinal, eles conseguiram isto, alguns foram até exilados. Espere aí, exilados porque mesmo? Por terem lutado contra quem lhes impunha a ditadura da censura; contra quem não lhes permitiam o pensar, expor, declarar...
Agora esses heróis, aparecem como conquistadores de direitos, direitos que só eles tem. Que engula a sociedade, é, engulam. Afinal, eles são celebridades, eles determinam os conceitos de certo e errado, eles tem doutorado em zombar em nome de um direito que é só deles: a liberdade de expressão.
Pobres conquistadores. Tão sábios, tão tolos. Enrolam-se em sua própria bandeira e caem.
Tão tolos esses sábios, que não enxergam sua tirania em sua liberdade.