17 de out. de 2010

NEUTRALIDADE CORAJOSA

Para muitos de nós neutralidade é no mínimo não ter coragem de manifestar posições e opiniões, é ocultar-se de determinada responsabilidade ou não ter peito para encarar de frente certas situações. Às vezes a neutralidade pode ser usada para garantir que alguém esteja bem na fita com todas as vertentes do momento, e aí, nestes casos, geralmente há interesses escusos.
A neutralidade pode ser vista ainda como a arma dos covardes, dos indecisos, dos sem convicção, daqueles que preferem o silêncio face às injustiças.
No artigo "O mito da neutralidade..." o Dr. Rodolfo Pamplona Filho, Juiz do Trabalho na Bahia, publicado no site Jus Navigandi, diz que "quem propugna pela neutralidade acaba tomando uma posição".
No caso de Marina Silva, terceira colocada no primeiro turno das eleições para Presidente, com quase vinte milhões de votos, manter-se na neutralidade, foi decidir por ficar ao lado dos ideais e programa de governo apresentados nos menos de um minuto da propaganda eleitoral gratuita. Para Marina a agressividade do confronto pelo poder entre Dilma e Serra "sufoca a construção de uma política de paz". (Destak)
Dias antes ela havia dito que nenhum dos dois candidatos se mostraram comprometidos com uma política de progresso aliada à sustentabilidade do meio ambiente.
O discurso de Marina em várias ocasiões, mostra ser ela uma mulher comprometida com princípios dos quais não abre mão e a decisão pela neutralidade visa, além de não comprometer esses princípios, não comungar com aqueles que chocam de frente com tudo que ela crê.
Por isso é fácil entender sua neutralidade.
Sua neutralidade neste contexto , portanto, é corajosa, porque visa manter seu princípio, porque indica que não está a fim de fazer alianças para se beneficiar, não vende seus ideais, sua fé, sua convicção.
Por causa desta atitude, Marina ganhou ainda mais a admiração do PV. "Analistas políticos acreditam que a decisão do PV não terá influência nos votos verdes no segundo turno, mas é importante para preservar a imagem política conquistada por Marina". (Destak)
Falando diretamente: Marina analisou Dilma e Serra e concluiu: Programa de Governo e proncípios éticos e morais contradizentes com aquilo que tenho defendido. Prefiro a neutralidade, pois não me encaixo.
Por falar em não me encaixo, lembro então das palavras do Apóstolo Paulo: "E não sede conformados com este mundo..." Quando penso neste texto imagino o cristão verdadeiro como uma peça totalmente diferente, que nunca será encaixada no grande "quebra-cabeça" desse sistema em que vivemos. Não sede conformados, não se encaixem, não aceitem, não vendam suas consciências, não andem na mesma mão, tenham coragem de andar na outra mão, de não dar as mãos, de pensar diferente. NÃO SEDE CONFORMADOS.
Assumam a neutralidade, mas não compactue.

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